quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aviso importante!


A Vivência da Cigana marcada para o dia 12/11 foi transferida para o dia 27/11 domingo das 14:30 às 18hs e será na Sala Cecy Frank.

Foto: Zeze Carneiro

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Intervenção de Iansã

Intensidade, sementes , paisagem urbana, olhares atentos, tambores, sentidos, movimento...transformando o momento. 

sábado, 9 de julho de 2011


Celebração do Feminino

Em momentos de transformação, de perdas e separações, percebi que uma das formas de recuperar minha auto-estima, era reverenciando a energia do feminino que existe em mim. Na busca por renovação, descobri que ao dançar, ao me relacionar com a natureza, ao cantar, ao me enfeitar, eu nutria em mim esta força feminina. E que esta energia se fortalecia ainda mais, na presença de outras mulheres, num processo de identificação e reconhecimento mútuo de nossos potenciais criadores. No encontro-ritual entre mulheres, foi possível também reviver antigas celebrações, onde as mulheres se reuniam para partilhar suas vivências e conhecimentos, que eram passados de geração à geração. 
Estes encontros de celebração do sagrado feminino, resgataram em mim, o poder curador, a auto- estima e a conscientização do valor deste feminino em minha trajetória de vida.
  O espetáculo Canto para as Iabás- Celebração do Feminino,  nasceu deste reencontro, e da vontade de manifestar através da arte esta beleza feminina, e suas múltiplas faces. Usando como referencial os arquétipos das Iabás, que estão relacionados com os elementos da natureza e também revelam sua presença por meio da música e da dança nos rituais afro- brasileiros.
“Mulher sagrada divindade feminina tua dança traz beleza e também traz alegria. Eu vou me banhar nas tuas águas cristalinas, vou me renovar na tua força feminina, flores frutas e sementes, natureza divina, teu amor é que me ampara e dá luz a minha vida

domingo, 3 de julho de 2011


Iansã ou Oyá

Oyá é o orixá dos grandes movimentos e das várias formas. Formas estas que representam seu domínio sobre vários elementos da natureza, a sua essência é a liberdade inclinada à constante transformação. E apesar de ser essencialmente aérea, e de dominar o tempo atmosférico, Oyá é uma das
poucas divindades africanas conhecidas por nós, que se faz presente em todos os elementos primordiais do planeta. Oiá-Iansã, em suas feições de arrebatamento, inconformismo, coragem, atrevimento, cavalga com seus mistérios por todos os elementos que comandam a natureza. Como carne humana é Oyá, como carne animal é um búfalo sobre a terra e entre as folhas, como mulher lotada de sensualidade, é um rio, é água; transformando-se em tempestade é vento e chuva, depois como fogo, é raio e relâmpago.
Oyá corporifica a transgressão feminina. Orixá de personalidade austera, ao mesmo tempo em que é doce e complacente. Controla as suas finanças, cuida do sustento próprio e dos seus, é a protetora dos mercados, a zeladora das mulheres que trabalham e vivem das feiras livres, do comércio. Assegura proteção a toda e qualquer liderança feminina, possui um temperamento severo em suas ações, domina os lares dos quais faz parte.  Porta-se, diante da realidade, com características e hábitos comuns ao universo masculino. Mas é mulher, de sexualidade desenfreada, longe de repressões e de tabus que impeçam o seu prazer. É o orixá do vermelho-marrom que simboliza a intensidade de sua paixão. De acordo aos seus mais conhecidos mitos, Oyá é pura paixão.
Sobre a idéia deste orixá, como símbolo de transgressão do feminino, podemos ver em Gleason (2001, p.12):
nos lugares em que o conceito de feminino permanece primário na imaginação, a feminilidade além dos limites da maternidade - sempre venerada em profundidade - é vista com suspeitas. O que é especialmente interessante em Oya, no contexto iorubá, é a sua recusa em permanecer fora dos enclaves de ideologia e controle social pelo homem.

sexta-feira, 1 de julho de 2011


                                                    Foto: Janaína Moraes Franco

"O Lua Iluminada
Derrama tua chuva de prata
Que é benção de Iemanjá
Firma meu pensamento
Trazendo Dircernimento
E força pra amar"

Iemanjá-  Aqui no Brasil Iemanjá é cultuada como a Rainha do Mar. Ela representa o arquétipo da Grande Mãe, que orienta seus filhos, na direção correta, que guia os caminhos com sua sabedoria e sua proteção. Ela também representa as emoções, que ora estão serenas, ora estão turvas, e nos ensina o auto conhecimento. Nos convida a mergulhar no nosso interior, para adquirir sabedoria e consciência. Ela simboliza também a nossa força interior. Nossa capacidade de renovação e de cura.


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Lavei meu coração

Recebi um telefonema de um amigo, que marcou uma sessão de Reiki comigo.
No momento do atendimento, ele me falou que sua mãe havia falecido, naquela semana.
Durante a sessão de Reiki, quando toquei em seu coração, percebi uma voz dentro de mim que dizia: “Lava teu coração na beira do rio”.
Ao terminar a aplicação de Reiki, eu disse a ele esta frase, e compreendi que significava que ele precisava chorar. Ele me falou que não estava conseguindo chorar a morte de sua mãe. Uns dias depois falei com ele, ele me disse que após o Reiki, finalmente conseguiu chorar.
A partir deste acontecimento, nasceu a música de Oxum, que compreendo como uma música de cura, seja a cura de um amor perdido ou a cura de nossas mágoas, pra que o novo possa manisfestar-se e fluir.

Lavei meu coração na beira do rio
Chorei chorei pra limpar meu coração
Mamãe Oxum levou minhas mágoas pra bem longe
Cantei, cantei pra alegrar meu coração...”


OXUM

Regente das águas doces, Oxum é o arquétipo da mãe benevolente, da beleza feminina, da fecundidade, da abundância, do amor e da paz. Diz a lenda que, no tempo da chegada dos Orixás na Terra, se organizavam reuniões onde as mulheres não tinham voz tampouco presença. Oxum aborrecida, como se simplesmente se ausentasse deste planeta, fez com que tudo se tornasse árido. ; as florestas, de tão secas, pareciam verdadeiros espinheiros; os rios, tão necessários para a vida nas aldeias, tornavam-se pequenos córregos que não supriam suas necessidades; as mulheres se tornaram estéreis e a elas faltava a candura, tão necessária para restaurar os companheiros após um dia de trabalho. É claro que, diante desse quadro, nada do que os Orixás masculinos discutiram e resolveram sobre o crescimento da Terra obteve progresso; muito pelo contrário, a Terra estava prestes a sucumbir. Por conta de tantos fracassos, os Orixás masculinos foram se aconselhar com Olodumaré. Este afirmou claramente que sem a presença de Oxum, dona das águas doces e do poder da fecundidade por onde tudo se renova, nenhuma das deliberações realizadas pelos grandes e fortes Orixás serviria de nada. Diante de tamanha lógica, nada restou aos Orixás que não fosse rogar a Oxum para que os perdoasse, e, a partir daí, passaram a se reunir respeitando e aceitando o que cada um tinha a dar, integramdo as mulheres nas decisões.
Trecho do livro: “Orixás”- de José Luiz Lipiani


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Canto para as Iabás-Celebração do Feminino

O espetáculo criado a partir de composições musicais transita pelas linguagens da dança, teatro e poesia, revelando o caminho percorrido por uma mulher, que ao se relacionar com os arquétipos das orixás femininas, evoca as energias da natureza representadas pelas Iabás, cujo termo quer dizer Mãe Rainha, e que no Brasil, é utilizado pra definir todos os orixás femininos. O espetáculo é um percurso por estas diferentes forças arquetípicas, manifestadas pelas múltiplas faces do feminino, levando o público a navegar por este universo inspirado na cultura afro-brasileira. A mulher em suas múltiplas potencialidades exprimindo o poder de sua criação.


Ficha Técnica:


Direção, Concepção, poemas e músicas: Clarice Nejar
Coreografia : Mariana Konrad
Voz e atuação: Clarice Nejar
Percussão e voz: Luana Fernandes
Violão e voz: Carmen Corrêa
Orientação Cênica: Melissa Dornelles
Cenografia: Mariana Konrad e Luna Pesce
Arte Gráfica: Wagner Pinto
Figurino: Grupo Serei-As
Fotografia: Janaína Moraes Franco e Zezé Carneiro 
Produção: Itinerante Produtora e Grupo Serei-As
Apoio Cultural: Casa de Cultura Mário Quintana
Duração do Espetáculo: 50 minutos

domingo, 3 de abril de 2011


 Caminho percorrido

Foto: Janaína Moraes Franco

Tudo começa no ventre da terra. Cultivar as sementes se conectar com as raízes, com a ancestralidade. A guerreira Iansã vem abrir caminho, porque não há conquista sem luta, ela vem gerar o movimento e trazer os mistérios do vento. Ela é transformação.
E então outra força se faz presente no embalo das ondas do mar, Iemanjá vem trazer purificação, o útero materno da grande mãe oceano, vem curar as feridas, acolhendo os medos, trazendo renovação.
E então num doce momento de calmaria, em busca da harmonia, recebemos a energia sutil de Oxum, iluminando nosso coração, o espelho das águas doces reflete nossa beleza, nos fazendo perceber o amor que está dentro de nós. E deste amor surge novos caminhos guiados pelos astros, pelo destino, pela fogueira interior, tudo gira, todas as possibilidades se abrem neste giro, mirando a lua, dançando com a vida, desvendando a magia cigana...descobrimos nossas virtudes: a entrega, a força multiplicadora, os encontros, o brotar da primavera, a festa das flores. Percebemos então nossa natureza divina. O sagrado de cada ato vivido. Os nossos eternos ciclos.



Elas dançam para celebrar a beleza, a abundância, e seu poder emana nesta dança. No ritmo, nos gestos, na sensualidade, fonte de seu encanto.
Elas cantam para se comunicar com seus ancestrais, para expressar seus sentimentos, para embalar suas crianças.
Elas são cuidadoras, protetoras, e em seu peito todos buscam aconchego, afeto, nutrição, alimento.
Elas conhecem os segredos das gerações, os temperos, a magia da alquimia, a cura dos males da alma.
Elas também conhecem o amor de muitas formas, a paixão que devora, o fogo, o amor que harmoniza e consola. A fraqueza, o abandono, a espera por aquele amor simples, aquela alegria sincera de compartilhar e ser múltipla na sua generosa virtude de doar-se e de se renovar como as estações.
Saudando tudo que elas tem a nos ensinar, vamos então tocar, dançar, cantar para todas as Iabás.