segunda-feira, 11 de julho de 2011

Intervenção de Iansã

Intensidade, sementes , paisagem urbana, olhares atentos, tambores, sentidos, movimento...transformando o momento. 

sábado, 9 de julho de 2011


Celebração do Feminino

Em momentos de transformação, de perdas e separações, percebi que uma das formas de recuperar minha auto-estima, era reverenciando a energia do feminino que existe em mim. Na busca por renovação, descobri que ao dançar, ao me relacionar com a natureza, ao cantar, ao me enfeitar, eu nutria em mim esta força feminina. E que esta energia se fortalecia ainda mais, na presença de outras mulheres, num processo de identificação e reconhecimento mútuo de nossos potenciais criadores. No encontro-ritual entre mulheres, foi possível também reviver antigas celebrações, onde as mulheres se reuniam para partilhar suas vivências e conhecimentos, que eram passados de geração à geração. 
Estes encontros de celebração do sagrado feminino, resgataram em mim, o poder curador, a auto- estima e a conscientização do valor deste feminino em minha trajetória de vida.
  O espetáculo Canto para as Iabás- Celebração do Feminino,  nasceu deste reencontro, e da vontade de manifestar através da arte esta beleza feminina, e suas múltiplas faces. Usando como referencial os arquétipos das Iabás, que estão relacionados com os elementos da natureza e também revelam sua presença por meio da música e da dança nos rituais afro- brasileiros.
“Mulher sagrada divindade feminina tua dança traz beleza e também traz alegria. Eu vou me banhar nas tuas águas cristalinas, vou me renovar na tua força feminina, flores frutas e sementes, natureza divina, teu amor é que me ampara e dá luz a minha vida

domingo, 3 de julho de 2011


Iansã ou Oyá

Oyá é o orixá dos grandes movimentos e das várias formas. Formas estas que representam seu domínio sobre vários elementos da natureza, a sua essência é a liberdade inclinada à constante transformação. E apesar de ser essencialmente aérea, e de dominar o tempo atmosférico, Oyá é uma das
poucas divindades africanas conhecidas por nós, que se faz presente em todos os elementos primordiais do planeta. Oiá-Iansã, em suas feições de arrebatamento, inconformismo, coragem, atrevimento, cavalga com seus mistérios por todos os elementos que comandam a natureza. Como carne humana é Oyá, como carne animal é um búfalo sobre a terra e entre as folhas, como mulher lotada de sensualidade, é um rio, é água; transformando-se em tempestade é vento e chuva, depois como fogo, é raio e relâmpago.
Oyá corporifica a transgressão feminina. Orixá de personalidade austera, ao mesmo tempo em que é doce e complacente. Controla as suas finanças, cuida do sustento próprio e dos seus, é a protetora dos mercados, a zeladora das mulheres que trabalham e vivem das feiras livres, do comércio. Assegura proteção a toda e qualquer liderança feminina, possui um temperamento severo em suas ações, domina os lares dos quais faz parte.  Porta-se, diante da realidade, com características e hábitos comuns ao universo masculino. Mas é mulher, de sexualidade desenfreada, longe de repressões e de tabus que impeçam o seu prazer. É o orixá do vermelho-marrom que simboliza a intensidade de sua paixão. De acordo aos seus mais conhecidos mitos, Oyá é pura paixão.
Sobre a idéia deste orixá, como símbolo de transgressão do feminino, podemos ver em Gleason (2001, p.12):
nos lugares em que o conceito de feminino permanece primário na imaginação, a feminilidade além dos limites da maternidade - sempre venerada em profundidade - é vista com suspeitas. O que é especialmente interessante em Oya, no contexto iorubá, é a sua recusa em permanecer fora dos enclaves de ideologia e controle social pelo homem.

sexta-feira, 1 de julho de 2011


                                                    Foto: Janaína Moraes Franco

"O Lua Iluminada
Derrama tua chuva de prata
Que é benção de Iemanjá
Firma meu pensamento
Trazendo Dircernimento
E força pra amar"

Iemanjá-  Aqui no Brasil Iemanjá é cultuada como a Rainha do Mar. Ela representa o arquétipo da Grande Mãe, que orienta seus filhos, na direção correta, que guia os caminhos com sua sabedoria e sua proteção. Ela também representa as emoções, que ora estão serenas, ora estão turvas, e nos ensina o auto conhecimento. Nos convida a mergulhar no nosso interior, para adquirir sabedoria e consciência. Ela simboliza também a nossa força interior. Nossa capacidade de renovação e de cura.