segunda-feira, 2 de maio de 2011

Lavei meu coração

Recebi um telefonema de um amigo, que marcou uma sessão de Reiki comigo.
No momento do atendimento, ele me falou que sua mãe havia falecido, naquela semana.
Durante a sessão de Reiki, quando toquei em seu coração, percebi uma voz dentro de mim que dizia: “Lava teu coração na beira do rio”.
Ao terminar a aplicação de Reiki, eu disse a ele esta frase, e compreendi que significava que ele precisava chorar. Ele me falou que não estava conseguindo chorar a morte de sua mãe. Uns dias depois falei com ele, ele me disse que após o Reiki, finalmente conseguiu chorar.
A partir deste acontecimento, nasceu a música de Oxum, que compreendo como uma música de cura, seja a cura de um amor perdido ou a cura de nossas mágoas, pra que o novo possa manisfestar-se e fluir.

Lavei meu coração na beira do rio
Chorei chorei pra limpar meu coração
Mamãe Oxum levou minhas mágoas pra bem longe
Cantei, cantei pra alegrar meu coração...”


OXUM

Regente das águas doces, Oxum é o arquétipo da mãe benevolente, da beleza feminina, da fecundidade, da abundância, do amor e da paz. Diz a lenda que, no tempo da chegada dos Orixás na Terra, se organizavam reuniões onde as mulheres não tinham voz tampouco presença. Oxum aborrecida, como se simplesmente se ausentasse deste planeta, fez com que tudo se tornasse árido. ; as florestas, de tão secas, pareciam verdadeiros espinheiros; os rios, tão necessários para a vida nas aldeias, tornavam-se pequenos córregos que não supriam suas necessidades; as mulheres se tornaram estéreis e a elas faltava a candura, tão necessária para restaurar os companheiros após um dia de trabalho. É claro que, diante desse quadro, nada do que os Orixás masculinos discutiram e resolveram sobre o crescimento da Terra obteve progresso; muito pelo contrário, a Terra estava prestes a sucumbir. Por conta de tantos fracassos, os Orixás masculinos foram se aconselhar com Olodumaré. Este afirmou claramente que sem a presença de Oxum, dona das águas doces e do poder da fecundidade por onde tudo se renova, nenhuma das deliberações realizadas pelos grandes e fortes Orixás serviria de nada. Diante de tamanha lógica, nada restou aos Orixás que não fosse rogar a Oxum para que os perdoasse, e, a partir daí, passaram a se reunir respeitando e aceitando o que cada um tinha a dar, integramdo as mulheres nas decisões.
Trecho do livro: “Orixás”- de José Luiz Lipiani